sábado, 24 de novembro de 2012

O Rico Movimento Roqueiro dos anos 80



O rock nacional, emergente dos anos 80, é um campo rico para a investigação histórica, seja em sua formação melódica, bem como na apropriação de temáticas, objetos, assuntos que se tornaram a ordem do dia, em um determinado momento.
O movimento roqueiro foi resultado de uma grande simbiose, em que a atitude punk, propiciou o surgimento de inúmeras bandas de garagem, no qual durante os anos 70, cresceram em várias cidades brasileiras, tais como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Rio Grande do Sul, dentre outras. Notar-se-á como a juventude possuiu essa capacidade criatória, frente aos dilemas propostos e das experiências que foram possibilitadas em seu cotidiano.
O difícil processo econômico pelo qual passou o país levou os jovens a aceitar o novo cenário de sobrevivência, permitindo a explosão de roqueiros que passaram a compor o rol artístico de grandes gravadoras, repercutindo seus gestos, vestimentas, opiniões e estilos por várias partes do país; fazendo com que o rock retome na ordem do dia.
 Doravante, com o processo de reabertura política, a juventude passou a deter maior poder de manifestação, abrindo-se em um horizonte espacial, no qual os dilemas, medos, anseios, dúvidas e questionamentos, são colocados e discutidos por milhões de jovens, urbanos e brasileiros, que em seu tempo, produziram canções que refletiram os dilemas de um mundo, no qual as transformações no social, advindas dos questionamentos na esfera da modernidade, ganham contornos amplos, difusos e incertos.
O movimento roqueiro deste período permitiu a artistas e bandas, criarem de forma constante tais canções. O marco do poético é levado em consideração, pois é uma categoria que permite a criação de simbologias, signos, significâncias e significados. É nesse bojo que está à música, sua produção, sua arte e seu contexto histórico.


O SEGUNDO SOL


Quando o segundo sol chegar
 Para realinhar As órbitas dos planetas
 Derrubando com O assombro exemplar
O que os astrônomos diriam
 Se tratar de um outro cometa...(2x)
Não digo que não me surpreendi
Antes que eu visse, você disse
 E eu não pude acreditar
Mas você pode ter certeza
 De que seu telefone irá tocar
 Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
 Incluída nessa minha conversão
 Eu só queria te contar
 Que eu fui lá fora
 E vi dois sóis num dia
 E a vida que ardia
 Sem explicação...
Quando o segundo sol chegar
 Para realinhar
 As órbitas dos planetas
 Derrubando com
O assombro exemplar
 O que os astrônomos diriam
 Se tratar de um outro cometa...(2x)
Não digo que não me surpreendi
 Antes que eu visse, você disse
E eu não pude acreditar
 Mas você pode ter certeza
 De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
 Incluída nessa minha conversão
 Eu só queria te contar
 Que eu fui lá fora
 E vi dois sóis num dia
 E a vida que ardia
 Sem explicação
 De que seu telefone irá tocar
 Em sua nova casa
Que abriga agora a trilha
 Incluída nessa minha conversão
 Eu só queria te contar
 Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
 E a vida que ardia
 Sem explicação...
Explicação, não tem
Não tem Explicação..(2x)
Explicação, não tem
Sem Explicação!...
Explicação, não tem.... Explicação! Não tem, não tem. (Nando Reis).



As transformações convulsionadas pelas mudanças advindas da modernidade reproduzem nos sujeitos jovens roqueiros, novas maneiras de interação simbólica e material, sendo que nessa metamorfose, houve criação de novas simbologias, na tentativa de expressar suas angústias pessoais e subjetivas, frente aos desafios.

Vento no Litoral
De tarde quero descansar, chegar até a praia
 Ver se o vento ainda está forte
 E vai ser bom subir nas pedras.
 Sei que faço isso para esquecer
 Eu deixo a onda me acertar
 E o vento vai levando tudo embora
Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai:
 Dos nossos planos é que eu tenho mais saudade,
 Quando olhávamos juntos na mesma direção.
 Aonde está você agora Além de aqui dentro de mim?
Agimos certo sem querer
 Foi só o tempo que errou
Vai ser difícil sem você
 Porque você está comigo o tempo todo.
 E quando vejo o mar
Existe algo que diz:
 "-A vida continua e se entregar é uma bobagem."
Já que você não está aqui,
 O que posso fazer é cuidar de mim.
 Quero ser feliz ao menos.
 Lembra que o plano era ficarmos bem?
 "-Ei, olha só o que achei: cavalos-marinhos."
Sei que faço isso pra esquecer
 Eu deixo a onda me acertar
                 E o vento vai levando tudo embora.
            A música mantém em todo seu percurso, um conjunto melódico pautado na lentidão, visando à tematização em todo o contexto narrativo, dando legitimidade ao sofrimento advindo do sujeito. Esse é ratificado pelo espaço da trama, uma praia deserta, no qual o apego aos elementos da natureza constitutiva, como vento, mar e pedras, é uma tentativa de fuga ao cotidiano vivido.



Nota-se, grande inclinação das temáticas envolvendo as relações afetivas, pela juventude da década de 80, no qual o rock permitiu ressaltar, vislumbrar e dialogar com as novas situações, que em fim de século tornam-se presentes. Nesse caso, Vento no Litoral, produz no cenário musical um diálogo com os símbolos, tais como horizonte, pedra e mar, sendo que o sentir e experenciar tal espaço, permitiu ao sujeito reconsiderar sua própria existencialidade. O vento espelha e reflete o símbolo do sentir e do emitir, o seu momento, bem como as transformações que a respectiva dubiedade é capaz de realizar.
Cabeça dinossauro
Cabeça dinossauro
          Cabeça cabeça
Cabeça dinossauro
Pança de mamute
Pança de mamute
                                                              Pança pança
Pança de mamute
Espírito de porco
Espírito de porco
Espírito de porco
(Titãs).
            Cabeça dinossauro”, a narrativa possui uma incisiva crítica aos padrões elevados de consumo: “Pança de Mamute”, gerando indivíduos e sujeitos que não valorizam outras sentimentalidades humanas: “Espírito de Porco.” Nesse ensejo, para a banda, o homem em final de século, enclausurou-se na pseudo melhoria possibilitada pelo consumo, sendo que os elementos da modernidade são vistos e passados, não como avanço e progresso, mas como sinônimo de digressão e retrocesso. Tal mensagem aglutinada à melodia, com as quebras advindas de sons de tambores; associa a condição do homem moderno ao primitivismo.






Se a gente não tivesse feito tanta coisa,
Se não tivesse dito tanta coisa,
Se não tivesse inventado tanto
Podia ter vivido um amor Grand' Hotel.
Se a gente não fizesse tudo tão depressa,
Se não dissesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor.
Um dia um caminhão atropelou a paixão
Sem teus carinhos e tua atenção
O nosso amor se transformou em "Bom Dia"...
Qual o segredo da felicidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Qual o sentido da realidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Se a gente não dissesse tudo tão depressa,
Se não fizesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor.
Um dia um caminhão atropelou a paixão
 Sem teus carinhos e tua atenção
 O nosso amor se transformou em "Bom Dia"...
Qual o segredo da felicidade?
 Será preciso ficar só pra se viver?
 Qual o sentido da realidade?
 Será preciso ficar só pra se viver?
Só pra se viver.
Ficar só Só pra se viver...
 Ficar só Só pra se viver
 (Kid Abelha).


As noções de desamparo ressaltam nos sujeitos jovens, do período abordado, uma multiplicidade de temas que permeiam sua vida. Nesse passo, as relações da juventude com as modificações impostas pela modernidade, introduziram nos sujeitos, uma capacidade de erudição, criação e manifestação, no qual há uma recriação simbólica advinda das sujeições dos letristas e cantores em sua existência; convergindo ao rock temáticas que ao serem trabalhadas, demonstram a capacidade de criação do movimento em questão:

Vocês esperam uma intervenção divina
 Mas não sabem que o tempo agora está contra vocês
 Vocês se perdem no meio de tanto medo
 De não conseguir dinheiro pra comprar sem se vender
 E vocês armam seus esquemas ilusórios
 Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que tudo tem começo
 Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês
E as ameaças de ataque nuclear
Bombas de neutrons não foi Deus quem fez Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes, pensam que são reis
 Não quero ser como vocês
 Eu não preciso mais
Eu já sei o que eu tenho que saber
 E agora tanto faz
Três crianças sem dinheiro e sem moral
 Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
 E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era: Fátima
 E de repente o vinho virou água
 E a ferida não cicatrizou
 E o limpo se sujou
 E no terceiro dia ninguém ressuscitou
 (Capital Inicial).





 Na aceitação do mundo desapegado de valores morais, religiosos e éticos, o adstrito passa a aceitar a situação de desamparo frente ao cotidiano experienciado, no qual o homem moderno, em sua ânsia por dinheiro e poder, reproduz em sua vida e sociedade uma dimensão tecnológica e tecnocrata, isenta de sentimentalidades humanísticas, promovendo um discurso narrativo radicalizado. Nesse rol de possibilidades sociais em que a ciência, o capital e a técnica conduzem os sujeitos frente à experiência moderna; os detalhes, a valorização e a emoção entre seres humanos tornam-se sombrias, fantasmagóricas e esquecidas.
Por fim, o rock dos anos 80 conseguiu produzir uma gama de artistas, que são atrativos para o fazer histórico, o compositor e músico, em seu momento, reproduziram suas intenções, atenções e sentimentalidades, capitadas em um dado tempo e espaço, resultando em uma manifestação cultural rica, criativa e com grande capacidade de representação.

Referências Bibliográficas
 Músicas
Nando Reis. O segundo Sol. Álbum: 20 anos de rock brasil, CD, 2004.
Legião Urbana. Vento no litoral. Álbum: V, EMI-ODEON, 1991.
Kid Abelha. Grand Hotel. Álbum: Tudo é permitido. WARNER, 1991
Titãs. Cabeça de Dinossauro. Álbum: Cabeça de Dinossauro. WEA, 1986.
Capital Inicial. Fátima. Álbum: Capital Inicial. Polygram, 1986.

                              

quinta-feira, 18 de outubro de 2012

O rock nos anos 80


Recentemente o mercado transformou os “Anos 80” numa máquina de vender nostalgia, com uma infinidade de produtos que nos levaram a crer que foi uma década muito brega, totalmente excessiva.
E isso se aplicou ao rock? Sim, porque não dizer? Não a todos, obviamente, mas a boa parte: lembre-se que foi nessa época que se viu aquele monte de homem com laquê no cabelo, usando maquiagem e calça apertada, a exemplo de Axl Rose (Guns n´Roses), Sebastian Bach (Skid Row) e Vince Neil (Motley Crue).
Mas a real é que ainda tinha aquele restinho de onda punk que bombou nos anos 70 e esse pessoal vinha cheio de melancolia, com uma rebeldia mais sombria e solitária. 
Nas letras, muitas vezes pessimistas e descrentes, um lirismo que representava muito bem o sentimento dos jovens da época. 
Era o pós-punk. De Liverpool, vinha o Echo and The Bunnymen, e de Manchester, o Joy Division, com toda a tristeza do vocalista Ian Curtis,
The Cult (que depois abandonou esse lance e virou hard rock) e Bauhaus. Ao contrário desses tristinhos, tinha uma turma que queria fazer música divertida e para dançar. 
Entre os nomes de grande sucesso no rock mundial surgidos nos anos 80 estão The Cure, The Smiths, U2, Guns n´Roses e Metallica. E junto com essa turma, veio a virada da era do disco de vinil pra era do CD, dando uma impulsionada no mercado e fazendo artistas venderem milhões de discos, e fazerem fortunas em shows lotados de suas turnês ao redor do mundo.
Pro rock brasileiro, foi uma década muito importante. Embora o pessoal da jovem guarda já tenha dado o pontapé inicial, foi nos anos 80 que o rock tomou conta da mídia e do mercado fonográfico.
Titãs, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Ultraje a Rigor, Plebe Rude, Legião Urbana, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Magazine, Ratos de Porão, Sepultura, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii, Nenhum de Nós, Ira e RPM (ufa!) compõem uma lista imensa de grupos, alguns ainda estão em plena atividade e outros se desfizeram.
 Vale lembrar que logo no comecinho dos 80´s, o Camisa de Vênus já botava pra quebrar (pra não dizer o verbo que começa com “f” que era vociferado nos shows da banda) a nível nacional, e uma inquietação tomou conta da juventude de Salvador que também empunhou guitarras e criou seus grupos de rock, como a Elite Marginal, Cravo Negro, 14º Andar, Íris Vermelha, Via Sacra, Diário Oficial, Crânio Metálico, Arroto de Rato, Gonorréia e Treblinka.
Músicos e Músicas:
Blitz: A Blitz foi a grande precursora da vertente mais alegre do BRock,e um imenso sucesso de vendas. Foi o primeiro grande estouro da década de 80 e, apesar de ter durado apenas quatro anos(82~86) e tendo apenas três discos, ela mudou o cenário da música brasileira, abrindo os caminhos para aqueles que queriam fazer uma música mais alegre e descontraída. Entre seus maiores  sucessos estão “Você não soube me amar”, “Betty Frígida”, “A dois passos do paraíso” , “Mais uma de amor(geme geme)”,entre outras.
Titãs: Os Titãs foram uma das primeiras bandas de São Paulo a surgirem no contexto do BRock: composta por oito integrantes e seguindo uma estética mais new-wave, os Titãs fizeram grande sucesso no cenário do BRock. Além disso, foram uma das raras bandas que começaram com suas letras mais leves e depois adaptaram-se a segunda vertente e letras mais politizadas. Alguns de seus sucessos foram “Sonífera Ilha” (de sua vertente mais leve),  “Polícia” (já da vertente mais politizada), “Homem Primata”, “Família”, “O quê”, entre muitas outras.
Barão Vermelho: O Barão foi uma banda da década de 80 que tinha como vocalista um dos maiores letristas da geração, Cazuza, responsável por grande parte dos maiores sucessos da banda. Seu maior parceiro foi o guitarrista Frejat. Cazuza descobre ter AIDS em 87, mas não se entrega e permanece ativo na música até morrer. A maneira como este resistiu ajudou a quebrar um pouco o preconceito contra os portadores do HIV. Entre os maiores sucessos estão “Todo amor que houver nessa vida”, “Pro dia nascer feliz”, “Bete Balanço”, “Declare Guerra”, entre várias outras.
Legião Urbana: Em meados de 1980, Renato Russo fez parte de uma banda chamada Aborto Elétrico. Com o fim da mesma, Renato passou um tempo fazendo carreira solo. Porém, ele julgava que formar uma banda era importante, e assim partiu para formar a Legião. Claramente adepta da vertente mais “revoltosa”, as letras de Renato são lotadas de críticas e reivindicações.  Essa característica tornou a banda uma das importantes no cenário do Rock Brasileiro. A banda acabou em 96, quando Renato morreu de AIDS. “Que País é esse”, “Geração Coca-Cola”, “Faroeste Caboclo”, “Soldados” e muitas outras integram a lista de sucessos da Legião.
A diversidade musical dentro do rock que pipocou nos anos 80 é tanta, que não dá pra apontar se é brega ou sofisticada, ou apontar o que é arte ou o que não é. Interessa é que daqueles tempos, nos sobraram bons discos a serem ouvidos!

Referência:
Rock Brasil e era de ouro. 
Disponível em: http://www.cp2centro.net/disciplinas/educacaomusical/Rock_Brasil/rb02.pdf  
Acesso em 17/10/12

quinta-feira, 20 de setembro de 2012

Contexto Social do BRock nos anos 80

O que você lembra dos anos 80? . O casamento da  Lady Diana, o mundo parou para ver a ultima princesa do século XX, e  Michael Jackson, dançando Thriller de Zumbi e Madona com lenço no cabelo e cruzes no pescoço cantando “olhe a  virgem”. No cinema ET, preocupado em voltar para casa, “minha casa , telefone”.
 E na escola, não tinha mais questionário para decorar, agora à moda era entender. Não tinha mais as matérias  de “técnicas comerciais” e “educação para o lar”, era a mesma coisa só que trocou de nome agora era “Educação Artística”. E o professor mais legal era o professor de história, que vivia em greve e tinha muita passeata: Ecológica, dos professores, para as diretas já, batendo panelas e apitando.
            Neste contexto o que será esse tal de rock in roll. Os Precursores do movimento no Brasil e  a indústria que se envolve vagarosamente sendo conquistada pelos jovens. E a teoria da libertação que norteou as reformas pedagógicas com os acertos e erros de uma geração. Nesse panorama histórico, as bandas paulistas e cariocas, e a obra musical de Brasília na banda Legião Urbana e a profissionalização das bandas brasileiras após  o Rock in Rio  e a atualidade das letras. E a marca, a fissura que ao ouvirmos a música nossa memória; lembramos dos anos 80 das compras e da vontade de construir um Brasil Melhor.
            A política descobrindo a força popular, e o Rock, deflagrando o movimento, a nova constituição, os novos valores expostos nas letras das músicas de bandas como Titãs e Barão vermelho. A causalidade explícita da Blitz, e a Vida Bandida  do maldito amado Lobão. E a paz e  o amor, finalizando com a mesma palavra “Amor” no trovador solitário Renato Russo.
            Na década final de 1980 o rock estava em busca de novas alternativas. Cazuza agonizava , estava doente havia contraído AIDS, e Renato Russo usava palavras demais  em suas músicas que já não faziam tanto sentido e Arnaldo Antunes estava em carreira.
            Na virada para os anos 90, Cazuza morre, ele reunia todos os traços do roqueiro brasileiro. Uma geração de  punk – anglo americano,  não importava saber tocar, saber cantar, era o rock “faça você mesmo”. Importava era cantar em português e falar de coisas comuns como: amor, ética, sexo, política, da cidade, do estado natural da juventude pelas brechas da redemocratização. Um dos principais participantes  Edgar Scandurra   avalia que o “... rock era mais viril, de letras mais contundentes...”.  O rock dos anos 80 tinha uma ligação muito forte com a conjuntura política e este jovem cantava sem medo olhando nos olhos do público, irreverentes, largados.
            Com o Plano Econômico Cruzado “O Plano” substituiu a moeda, e  veio a desinflação, assim  veio a vontade de consumir. O BRock era urbano e de esquerda  e pró-Lula [1], não foi só o rock que se uniu a esquerda pró-Lula  uma parte da classe artística. Com a Eleição de Fernando Collor de Mello. O BRock se tornou oposição e também o “inimigo a ser combatido”. “O   governo Collor  tirou nosso espaço da mídia”, diz Lulu Santos (DAPIEVA,1995.p202). O “Profeta Lobão”, diz: o que não nos mata, nos  torna mais fortes. Em 1996 morre Renato Russo.  

Na educação todas as tentativas progressivas de esquerda foram aplicadas e seus resultados  não tiveram continuidade e tomando rumos que não foram definidos e sequer sonhados quando idealizados no afã dos radicais comunista. O maior exemplo foi às eleições  para diretores das escolas públicas e universidades; sua origem era para apoiar  o exercício democrático. Em tese era o ponto de partida  para a democratização do país, e na realidade leva a direção das escolas profissionais que não  estavam comprometidos com a educação, exemplos de discursos falidos como: a escola tem que ser igual a uma empresa, favorecendo assim a  política escola – empresa.
            Outro aspecto refletiu-se na política, os mesmos candidatos revezam  o poder executivo e legislativo e seus sucessores “hereditários”;. Em contrapartida as administrações dos partidos de esquerda foram ínfimas e uma decepção para a população que ao contar das datas foi tão ou igualmente corrupto como os combatidos na ditadura.
    Mesmo assim a palavra crítica do BRock  dos anos 80, manteve-se atual. Ainda nos perguntamos Que País é esse? Ainda com tantos anos de democracia é tão atual esta frase da canção de Renato Russo: na favela no senado sujeira pra todo lado.
As composições do BRock estavam em perfeito estado de crítica e descrição da realidade, e o BRock funcionou como um grande canal para o conhecimento ideológico , para o pensamento e a liberdade conquistada por essa geração que usou a espontaneidade , o talento e atingiu , elucidou e informou o novo tempo democrático.
 “... Para fazer justiça uma vez na vida eu me vali deste discurso panfletário. Mas a minha burrice fez aniversário ao permitir que num país como o Brasil ainda se obrigue a votar por qualquer trocado, por um par de sapato , um saco de farinha, a nossa imensa massa de iletrados...” Hebert Viana   


[1] Lula – Luis Inácio Lula da Silva, Sindicalista, fundador do partido dos trabalhadores eleito Presidente da Republica do Brasil em 2002, com uma ampla promessa de modificações socialistas.

quinta-feira, 30 de agosto de 2012

quarta-feira, 29 de agosto de 2012

Rock


            O rock é um gênero musical muito conhecido mundo a fora. Começou e se definiu nos Estados Unidos logo após a Segunda Guerra Mundial. Evoluiu do Blues, da música Country e do Rhythm e a música Clássica.
            Em 1950 o rock chega ao Brasil e disputa a popularidade com a Bossa Nova que predominava no momento. Seus primeiros sucessos foram da cantora Celly Campelo, com as música Banho de Lua e Estúpido Cupido. Deste período em diante, alguns cantores levaram o Rock a diante obtendo sucesso (Roberto Carlos, Rita Lee, Raul Seixas, etc.).
            O período da história mais marcante no Rock Brasileiro foi na década de 1980, conhecido como a época de “Ouro do Rock”.  O número de artistas aumentou consideravelmente. Seu estilo seguiu um caminho com uma temática mais urbana e cotidiana.  O grande diferencial das bandas deste período era a capacidade de falar sobre assuntos sem deixar a música tomar um peso emocional ou político exagerados.
            Os artistas deste período tinham um visual diferente. Usavam cabelos armados ou bastante curtos para as meninas, gel, roupas coloridas e extravagantes para os meninos. 
            Foi um período tão marcante que hoje vemos muitos cantores e grupos fazendo pequenos shows pelo país e remasterizando discos. O público daquela época, hoje se emocionam ao ouvir o grupo Barão Vermelho, por exemplo, pois foi um momento crítico, novo e único na história do Brasil.
            Lista dos principais artistas do Rock 80:
-       Biquini Cavadão;
-       Cazuza;
-       Kid Abelha;
-       Legião Urbana;
-       RPM;
-       Titãs;
-       Entre muitos outros...