domingo, 2 de dezembro de 2012
sábado, 24 de novembro de 2012
O Rico Movimento Roqueiro dos anos 80
O rock nacional, emergente dos anos 80,
é um campo rico para a investigação histórica, seja em sua formação melódica,
bem como na apropriação de temáticas, objetos, assuntos que se tornaram a ordem
do dia, em um determinado momento.
O movimento roqueiro foi
resultado de uma grande simbiose, em que a atitude punk, propiciou o surgimento
de inúmeras bandas de garagem, no qual durante os anos 70, cresceram em várias
cidades brasileiras, tais como Rio de Janeiro, São Paulo, Brasília, Rio Grande
do Sul, dentre outras. Notar-se-á como a juventude possuiu essa capacidade
criatória, frente aos dilemas propostos e das experiências que foram
possibilitadas em seu cotidiano.
O difícil processo econômico
pelo qual passou o país levou os jovens a aceitar o novo cenário de
sobrevivência, permitindo a explosão de roqueiros que passaram a compor o rol
artístico de grandes gravadoras, repercutindo seus gestos, vestimentas,
opiniões e estilos por várias partes do país; fazendo com que o rock retome na
ordem do dia.
Doravante, com o processo de reabertura
política, a juventude passou a deter maior poder de manifestação, abrindo-se em
um horizonte espacial, no qual os dilemas, medos, anseios, dúvidas e questionamentos,
são colocados e discutidos por milhões de jovens, urbanos e brasileiros, que em
seu tempo, produziram canções que refletiram os dilemas de um mundo, no qual as
transformações no social, advindas dos questionamentos na esfera da
modernidade, ganham contornos amplos, difusos e incertos.
O movimento
roqueiro deste período permitiu a artistas e bandas, criarem de forma constante
tais canções. O marco do poético é levado em consideração, pois é uma categoria
que permite a criação de simbologias, signos, significâncias e significados. É
nesse bojo que está à música, sua produção, sua arte e seu contexto histórico.
O SEGUNDO SOL
Quando o segundo
sol chegar
Para realinhar As órbitas dos planetas
Derrubando com O assombro exemplar
O que os
astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa...(2x)
Não digo que não
me surpreendi
Antes que eu
visse, você disse
E eu não pude acreditar
Mas você pode ter
certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora
a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação...
Quando o segundo
sol chegar
Para realinhar
As órbitas dos planetas
Derrubando com
O assombro
exemplar
O que os astrônomos diriam
Se tratar de um outro cometa...(2x)
Não digo que não
me surpreendi
Antes que eu visse, você disse
E eu não pude
acreditar
Mas você pode ter certeza
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora
a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis num dia
E a vida que ardia
Sem explicação
De que seu telefone irá tocar
Em sua nova casa
Que abriga agora
a trilha
Incluída nessa minha conversão
Eu só queria te contar
Que eu fui lá fora
E vi dois sóis
num dia
E a vida que ardia
Sem explicação...
Explicação, não
tem
Não tem
Explicação..(2x)
Explicação, não tem
Sem Explicação!...
Explicação, não tem.... Explicação! Não
tem, não tem. (Nando Reis).
As
transformações convulsionadas pelas mudanças advindas da modernidade reproduzem
nos sujeitos jovens roqueiros, novas maneiras de interação simbólica e material,
sendo que nessa metamorfose, houve criação de novas simbologias, na tentativa
de expressar suas angústias pessoais e subjetivas, frente aos desafios.
Vento no Litoral
De tarde quero descansar, chegar até a praia
Ver se o vento
ainda está forte
E vai ser bom
subir nas pedras.
Sei que faço isso
para esquecer
Eu deixo a onda me
acertar
E o vento vai
levando tudo embora
Agora está tão longe
Vê, a linha do horizonte me distrai:
Dos nossos planos
é que eu tenho mais saudade,
Quando olhávamos
juntos na mesma direção.
Aonde está você
agora Além de aqui dentro de mim?
Agimos certo sem querer
Foi só o tempo que
errou
Vai ser difícil sem você
Porque você está
comigo o tempo todo.
E quando vejo o mar
Existe algo que diz:
"-A vida
continua e se entregar é uma bobagem."
Já que você não está aqui,
O que posso fazer
é cuidar de mim.
Quero ser feliz ao
menos.
Lembra que o plano
era ficarmos bem?
"-Ei, olha só
o que achei: cavalos-marinhos."
Sei que faço isso pra esquecer
Eu deixo a onda me
acertar
E o vento vai levando tudo embora.
A música mantém em todo seu percurso,
um conjunto melódico pautado na lentidão, visando à tematização em todo o
contexto narrativo, dando legitimidade ao sofrimento advindo do sujeito. Esse é
ratificado pelo espaço da trama, uma praia deserta, no qual o apego aos
elementos da natureza constitutiva, como vento, mar e pedras, é uma tentativa
de fuga ao cotidiano vivido.
Nota-se,
grande inclinação das temáticas envolvendo as relações afetivas, pela juventude
da década de 80, no qual o rock permitiu ressaltar, vislumbrar e dialogar com
as novas situações, que em fim de século tornam-se presentes. Nesse caso, Vento
no Litoral, produz no cenário musical um diálogo com os símbolos, tais como
horizonte, pedra e mar, sendo que o sentir e experenciar tal espaço, permitiu
ao sujeito reconsiderar sua própria existencialidade. O vento espelha e reflete
o símbolo do sentir e do emitir, o seu momento, bem como as transformações que
a respectiva dubiedade é capaz de realizar.
Cabeça dinossauro
Cabeça dinossauro
Cabeça cabeça
Cabeça dinossauro
Pança de mamute
Pança de mamute
Pança pança
Pança de mamute
Espírito de porco
Espírito de porco
Espírito de porco
(Titãs).
“Cabeça dinossauro”, a narrativa possui uma incisiva crítica aos padrões elevados
de consumo: “Pança de Mamute”, gerando indivíduos e sujeitos que não
valorizam outras sentimentalidades humanas: “Espírito de Porco.” Nesse
ensejo, para a banda, o homem em final de século, enclausurou-se na pseudo
melhoria possibilitada pelo consumo, sendo que os elementos da modernidade são
vistos e passados, não como avanço e progresso, mas como sinônimo de digressão
e retrocesso. Tal mensagem aglutinada à melodia, com as quebras advindas de
sons de tambores; associa a condição do homem moderno ao primitivismo.
Se a gente não tivesse feito tanta coisa,
Se não tivesse dito tanta coisa,
Se não tivesse inventado tanto
Podia ter vivido um amor Grand' Hotel.
Se a gente não fizesse tudo tão depressa,
Se não dissesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido um grande amor.
Um dia um caminhão atropelou a paixão
Sem teus carinhos e tua atenção
O nosso amor se transformou em "Bom Dia"...
Qual o segredo da felicidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Qual o sentido da realidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Se a gente não dissesse tudo tão depressa,
Se não fizesse tudo tão depressa,
Se não tivesse exagerado a dose,
Podia ter vivido
um grande amor.
Um dia um
caminhão atropelou a paixão
Sem teus carinhos e tua atenção
O nosso amor se transformou em "Bom
Dia"...
Qual o segredo da
felicidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Qual o sentido da realidade?
Será preciso ficar só pra se viver?
Só pra se viver.
Ficar só Só pra
se viver...
Ficar só Só pra se viver
(Kid Abelha).
As noções de desamparo ressaltam nos sujeitos jovens, do
período abordado, uma multiplicidade de temas que permeiam sua vida. Nesse
passo, as relações da juventude com as modificações impostas pela modernidade,
introduziram nos sujeitos, uma capacidade de erudição, criação e manifestação,
no qual há uma recriação simbólica advinda das sujeições dos letristas e
cantores em sua existência; convergindo ao rock temáticas que ao serem
trabalhadas, demonstram a capacidade de criação do movimento em questão:
Vocês esperam uma
intervenção divina
Mas não sabem que o tempo agora está contra
vocês
Vocês se perdem no meio de tanto medo
De não conseguir dinheiro pra comprar sem se
vender
E vocês armam seus esquemas ilusórios
Continuam só fingindo que o mundo ninguém fez
Mas acontece que
tudo tem começo
Se começa um dia acaba, eu tenho pena de vocês
E as ameaças de
ataque nuclear
Bombas de
neutrons não foi Deus quem fez Alguém, alguém um dia vai se vingar
Vocês são vermes,
pensam que são reis
Não quero ser como vocês
Eu não preciso mais
Eu já sei o que
eu tenho que saber
E agora tanto faz
Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não
ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se
esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse um nome e era: Fátima
E de
repente o vinho virou água
E a
ferida não cicatrizou
E o
limpo se sujou
E no
terceiro dia ninguém ressuscitou
(Capital Inicial).
Na aceitação do mundo desapegado de valores
morais, religiosos e éticos, o adstrito passa a aceitar a situação de desamparo
frente ao cotidiano experienciado, no qual o homem moderno, em sua ânsia por
dinheiro e poder, reproduz em sua vida e sociedade uma dimensão tecnológica e
tecnocrata, isenta de sentimentalidades humanísticas, promovendo um discurso
narrativo radicalizado. Nesse rol de possibilidades sociais em que a ciência, o
capital e a técnica conduzem os sujeitos frente à experiência moderna; os
detalhes, a valorização e a emoção entre seres humanos tornam-se sombrias,
fantasmagóricas e esquecidas.
Por fim, o rock dos anos 80 conseguiu
produzir uma gama de artistas, que são atrativos para o fazer histórico, o
compositor e músico, em seu momento, reproduziram suas intenções, atenções e
sentimentalidades, capitadas em um dado tempo e espaço, resultando em uma
manifestação cultural rica, criativa e com grande capacidade de representação.
Referências Bibliográficas
Músicas
Nando Reis. O segundo Sol.
Álbum: 20 anos de rock brasil, CD, 2004.
Legião Urbana. Vento no litoral. Álbum:
V, EMI-ODEON, 1991.
Kid Abelha. Grand Hotel. Álbum:
Tudo é permitido. WARNER, 1991
Titãs. Cabeça de Dinossauro.
Álbum: Cabeça de Dinossauro. WEA, 1986.
Capital Inicial. Fátima. Álbum:
Capital Inicial. Polygram, 1986.
Disponível em http://seer.franca.unesp.br/index.php/historiaecultura.
Acesso 21/11/2012 às 20:22 hs.
quinta-feira, 18 de outubro de 2012
O rock nos anos 80
Recentemente o mercado transformou os “Anos 80” numa máquina
de vender nostalgia, com uma infinidade de produtos que nos levaram a crer que
foi uma década muito brega, totalmente excessiva.
E isso se aplicou ao rock? Sim, porque não dizer? Não a todos, obviamente, mas a boa parte: lembre-se que foi nessa época que se viu aquele monte de homem com laquê no cabelo, usando maquiagem e calça apertada, a exemplo de Axl Rose (Guns n´Roses), Sebastian Bach (Skid Row) e Vince Neil (Motley Crue).
E isso se aplicou ao rock? Sim, porque não dizer? Não a todos, obviamente, mas a boa parte: lembre-se que foi nessa época que se viu aquele monte de homem com laquê no cabelo, usando maquiagem e calça apertada, a exemplo de Axl Rose (Guns n´Roses), Sebastian Bach (Skid Row) e Vince Neil (Motley Crue).
Mas a real é que ainda tinha aquele restinho de onda punk que
bombou nos anos 70 e esse pessoal vinha cheio de melancolia, com uma rebeldia
mais sombria e solitária.
Nas letras, muitas vezes pessimistas e descrentes, um lirismo que representava muito bem o sentimento dos jovens da época.
Era o pós-punk. De Liverpool, vinha o Echo and The Bunnymen, e de Manchester, o Joy Division, com toda a tristeza do vocalista Ian Curtis,
The Cult (que depois abandonou esse lance e virou hard rock) e Bauhaus. Ao contrário desses tristinhos, tinha uma turma que queria fazer música divertida e para dançar.
Nas letras, muitas vezes pessimistas e descrentes, um lirismo que representava muito bem o sentimento dos jovens da época.
Era o pós-punk. De Liverpool, vinha o Echo and The Bunnymen, e de Manchester, o Joy Division, com toda a tristeza do vocalista Ian Curtis,
The Cult (que depois abandonou esse lance e virou hard rock) e Bauhaus. Ao contrário desses tristinhos, tinha uma turma que queria fazer música divertida e para dançar.
Entre os nomes de grande sucesso no rock mundial surgidos nos
anos 80 estão The Cure, The Smiths, U2, Guns n´Roses e Metallica. E junto com
essa turma, veio a virada da era do disco de vinil pra era do CD, dando uma
impulsionada no mercado e fazendo artistas venderem milhões de discos, e
fazerem fortunas em shows lotados de suas turnês ao redor do mundo.
Pro rock brasileiro, foi uma década muito importante. Embora o pessoal da jovem guarda já tenha dado o pontapé inicial, foi nos anos 80 que o rock tomou conta da mídia e do mercado fonográfico.
Pro rock brasileiro, foi uma década muito importante. Embora o pessoal da jovem guarda já tenha dado o pontapé inicial, foi nos anos 80 que o rock tomou conta da mídia e do mercado fonográfico.
Titãs, Paralamas do Sucesso, Capital Inicial, Ultraje a
Rigor, Plebe Rude, Legião Urbana, Kid Abelha e os Abóboras Selvagens, Magazine,
Ratos de Porão, Sepultura, Barão Vermelho, Engenheiros do Hawaii, Nenhum de
Nós, Ira e RPM (ufa!) compõem uma lista imensa de grupos, alguns ainda estão em
plena atividade e outros se desfizeram.
Vale lembrar que logo
no comecinho dos 80´s, o Camisa de Vênus já botava pra quebrar (pra não dizer o
verbo que começa com “f” que era vociferado nos shows da banda) a nível
nacional, e uma inquietação tomou conta da juventude de Salvador que também
empunhou guitarras e criou seus grupos de rock, como a Elite Marginal, Cravo
Negro, 14º Andar, Íris Vermelha, Via Sacra, Diário Oficial, Crânio Metálico,
Arroto de Rato, Gonorréia e Treblinka.
Músicos e Músicas:
Blitz: A Blitz foi a grande precursora da vertente
mais alegre do BRock,e um imenso sucesso de vendas. Foi o primeiro grande
estouro da década de 80 e, apesar de ter durado apenas quatro anos(82~86) e
tendo apenas três discos, ela mudou o cenário da música brasileira, abrindo os
caminhos para aqueles que queriam fazer uma música mais alegre e descontraída. Entre
seus maiores sucessos estão “Você não
soube me amar”, “Betty Frígida”, “A dois passos do paraíso” , “Mais uma de
amor(geme geme)”,entre outras.
Titãs: Os Titãs foram uma das primeiras bandas de São
Paulo a surgirem no contexto do
BRock: composta por oito integrantes e seguindo uma estética mais new-wave, os
Titãs fizeram grande sucesso no cenário do BRock. Além disso, foram uma das
raras bandas que começaram com suas letras mais leves e depois adaptaram-se a
segunda vertente e letras mais politizadas.
Alguns de seus sucessos foram “Sonífera Ilha” (de sua vertente mais
leve), “Polícia” (já da vertente mais
politizada), “Homem Primata”, “Família”, “O quê”, entre muitas outras.
Barão Vermelho: O Barão foi uma banda da década de 80 que
tinha como vocalista um dos maiores letristas da geração, Cazuza, responsável
por grande parte dos maiores sucessos da banda. Seu maior parceiro foi o
guitarrista Frejat. Cazuza descobre ter AIDS em 87, mas não se entrega e
permanece ativo na música até morrer. A maneira como este resistiu ajudou a
quebrar um pouco o preconceito contra os portadores do HIV. Entre os maiores sucessos estão “Todo amor que houver nessa vida”,
“Pro dia nascer feliz”, “Bete Balanço”,
“Declare Guerra”, entre várias outras.
Legião Urbana: Em meados de 1980, Renato Russo fez parte
de uma banda chamada Aborto Elétrico. Com o fim da mesma, Renato passou um
tempo fazendo carreira solo. Porém, ele julgava que formar uma banda era
importante, e assim partiu para formar a Legião. Claramente adepta da vertente
mais “revoltosa”, as letras de Renato são lotadas de críticas e reivindicações. Essa característica tornou a banda uma das importantes
no cenário do Rock Brasileiro. A banda acabou em 96, quando Renato morreu de
AIDS. “Que País é esse”, “Geração Coca-Cola”, “Faroeste Caboclo”, “Soldados” e
muitas outras integram a lista de sucessos da Legião.
A diversidade musical dentro do rock que pipocou nos anos 80
é tanta, que não dá pra apontar se é brega ou sofisticada, ou apontar o que é
arte ou o que não é. Interessa é que daqueles tempos, nos sobraram bons discos
a serem ouvidos!
Referência:
Rock Brasil e era de ouro.
Disponível em: http://www.cp2centro.net/disciplinas/educacaomusical/Rock_Brasil/rb02.pdf
Acesso em
17/10/12
quinta-feira, 20 de setembro de 2012
Contexto Social do BRock nos anos 80
O que você lembra dos anos 80? . O casamento
da Lady Diana, o mundo parou para ver a ultima princesa do século XX, e
Michael Jackson, dançando Thriller de Zumbi e Madona com lenço no cabelo
e cruzes no pescoço cantando “olhe a virgem”. No cinema ET, preocupado
em voltar para casa, “minha casa , telefone”.
E na escola, não tinha mais questionário para decorar, agora à moda era entender. Não tinha mais as matérias de “técnicas comerciais” e “educação para o lar”, era a mesma coisa só que trocou de nome agora era “Educação Artística”. E o professor mais legal era o professor de história, que vivia em greve e tinha muita passeata: Ecológica, dos professores, para as diretas já, batendo panelas e apitando.
Neste contexto o que será esse tal de rock in roll. Os Precursores do movimento no Brasil e a indústria que se envolve vagarosamente sendo conquistada pelos jovens. E a teoria da libertação que norteou as reformas pedagógicas com os acertos e erros de uma geração. Nesse panorama histórico, as bandas paulistas e cariocas, e a obra musical de Brasília na banda Legião Urbana e a profissionalização das bandas brasileiras após o Rock in Rio e a atualidade das letras. E a marca, a fissura que ao ouvirmos a música nossa memória; lembramos dos anos 80 das compras e da vontade de construir um Brasil Melhor.
A política descobrindo a força popular, e o Rock, deflagrando o movimento, a nova constituição, os novos valores expostos nas letras das músicas de bandas como Titãs e Barão vermelho. A causalidade explícita da Blitz, e a Vida Bandida do maldito amado Lobão. E a paz e o amor, finalizando com a mesma palavra “Amor” no trovador solitário Renato Russo.
Na década final de 1980 o rock estava em busca de novas alternativas. Cazuza agonizava , estava doente havia contraído AIDS, e Renato Russo usava palavras demais em suas músicas que já não faziam tanto sentido e Arnaldo Antunes estava em carreira.
Na virada para os anos 90, Cazuza morre, ele reunia todos os traços do roqueiro brasileiro. Uma geração de punk – anglo americano, não importava saber tocar, saber cantar, era o rock “faça você mesmo”. Importava era cantar em português e falar de coisas comuns como: amor, ética, sexo, política, da cidade, do estado natural da juventude pelas brechas da redemocratização. Um dos principais participantes Edgar Scandurra avalia que o “... rock era mais viril, de letras mais contundentes...”. O rock dos anos 80 tinha uma ligação muito forte com a conjuntura política e este jovem cantava sem medo olhando nos olhos do público, irreverentes, largados.
Com o Plano Econômico Cruzado “O Plano” substituiu a moeda, e veio a desinflação, assim veio a vontade de consumir. O BRock era urbano e de esquerda e pró-Lula [1], não foi só o rock que se uniu a esquerda pró-Lula uma parte da classe artística. Com a Eleição de Fernando Collor de Mello. O BRock se tornou oposição e também o “inimigo a ser combatido”. “O governo Collor tirou nosso espaço da mídia”, diz Lulu Santos (DAPIEVA,1995.p202). O “Profeta Lobão”, diz: o que não nos mata, nos torna mais fortes. Em 1996 morre Renato Russo.
E na escola, não tinha mais questionário para decorar, agora à moda era entender. Não tinha mais as matérias de “técnicas comerciais” e “educação para o lar”, era a mesma coisa só que trocou de nome agora era “Educação Artística”. E o professor mais legal era o professor de história, que vivia em greve e tinha muita passeata: Ecológica, dos professores, para as diretas já, batendo panelas e apitando.
Neste contexto o que será esse tal de rock in roll. Os Precursores do movimento no Brasil e a indústria que se envolve vagarosamente sendo conquistada pelos jovens. E a teoria da libertação que norteou as reformas pedagógicas com os acertos e erros de uma geração. Nesse panorama histórico, as bandas paulistas e cariocas, e a obra musical de Brasília na banda Legião Urbana e a profissionalização das bandas brasileiras após o Rock in Rio e a atualidade das letras. E a marca, a fissura que ao ouvirmos a música nossa memória; lembramos dos anos 80 das compras e da vontade de construir um Brasil Melhor.
A política descobrindo a força popular, e o Rock, deflagrando o movimento, a nova constituição, os novos valores expostos nas letras das músicas de bandas como Titãs e Barão vermelho. A causalidade explícita da Blitz, e a Vida Bandida do maldito amado Lobão. E a paz e o amor, finalizando com a mesma palavra “Amor” no trovador solitário Renato Russo.
Na década final de 1980 o rock estava em busca de novas alternativas. Cazuza agonizava , estava doente havia contraído AIDS, e Renato Russo usava palavras demais em suas músicas que já não faziam tanto sentido e Arnaldo Antunes estava em carreira.
Na virada para os anos 90, Cazuza morre, ele reunia todos os traços do roqueiro brasileiro. Uma geração de punk – anglo americano, não importava saber tocar, saber cantar, era o rock “faça você mesmo”. Importava era cantar em português e falar de coisas comuns como: amor, ética, sexo, política, da cidade, do estado natural da juventude pelas brechas da redemocratização. Um dos principais participantes Edgar Scandurra avalia que o “... rock era mais viril, de letras mais contundentes...”. O rock dos anos 80 tinha uma ligação muito forte com a conjuntura política e este jovem cantava sem medo olhando nos olhos do público, irreverentes, largados.
Com o Plano Econômico Cruzado “O Plano” substituiu a moeda, e veio a desinflação, assim veio a vontade de consumir. O BRock era urbano e de esquerda e pró-Lula [1], não foi só o rock que se uniu a esquerda pró-Lula uma parte da classe artística. Com a Eleição de Fernando Collor de Mello. O BRock se tornou oposição e também o “inimigo a ser combatido”. “O governo Collor tirou nosso espaço da mídia”, diz Lulu Santos (DAPIEVA,1995.p202). O “Profeta Lobão”, diz: o que não nos mata, nos torna mais fortes. Em 1996 morre Renato Russo.
Na educação todas as tentativas progressivas de esquerda foram aplicadas e seus resultados não tiveram continuidade e tomando rumos que não foram definidos e sequer sonhados quando idealizados no afã dos radicais comunista. O maior exemplo foi às eleições para diretores das escolas públicas e universidades; sua origem era para apoiar o exercício democrático. Em tese era o ponto de partida para a democratização do país, e na realidade leva a direção das escolas profissionais que não estavam comprometidos com a educação, exemplos de discursos falidos como: a escola tem que ser igual a uma empresa, favorecendo assim a política escola – empresa.
Outro aspecto refletiu-se na política, os mesmos candidatos revezam o poder executivo e legislativo e seus sucessores “hereditários”;. Em contrapartida as administrações dos partidos de esquerda foram ínfimas e uma decepção para a população que ao contar das datas foi tão ou igualmente corrupto como os combatidos na ditadura.
Mesmo assim a palavra crítica do BRock dos anos 80, manteve-se atual. Ainda nos perguntamos Que País é esse? Ainda com tantos anos de democracia é tão atual esta frase da canção de Renato Russo: na favela no senado sujeira pra todo lado.
As composições do BRock estavam em perfeito estado de crítica e descrição da realidade, e o BRock funcionou como um grande canal para o conhecimento ideológico , para o pensamento e a liberdade conquistada por essa geração que usou a espontaneidade , o talento e atingiu , elucidou e informou o novo tempo democrático.
“... Para fazer justiça uma vez na vida eu me vali deste discurso panfletário. Mas a minha burrice fez aniversário ao permitir que num país como o Brasil ainda se obrigue a votar por qualquer trocado, por um par de sapato , um saco de farinha, a nossa imensa massa de iletrados...” Hebert Viana
[1] Lula – Luis Inácio Lula da Silva, Sindicalista, fundador do partido dos trabalhadores eleito Presidente da Republica do Brasil em 2002, com uma ampla promessa de modificações socialistas.
quinta-feira, 30 de agosto de 2012
quarta-feira, 29 de agosto de 2012
Rock
O rock é um
gênero musical muito conhecido mundo a fora. Começou e se definiu nos Estados Unidos logo após a Segunda Guerra Mundial. Evoluiu do Blues, da música Country e
do Rhythm e a música Clássica.
Em 1950 o
rock chega ao Brasil e disputa a popularidade com a Bossa Nova que predominava
no momento. Seus primeiros sucessos foram da cantora Celly Campelo, com as
música Banho de Lua e Estúpido Cupido. Deste período em
diante, alguns cantores levaram o Rock a diante obtendo sucesso (Roberto
Carlos, Rita Lee, Raul Seixas, etc.).
O período da
história mais marcante no Rock Brasileiro foi na década de 1980, conhecido como
a época de “Ouro do Rock”. O número de
artistas aumentou consideravelmente. Seu estilo seguiu um caminho com uma
temática mais urbana e cotidiana. O
grande diferencial das bandas deste período era a capacidade de falar sobre
assuntos sem deixar a música tomar um peso emocional ou político exagerados.
Os artistas
deste período tinham um visual diferente. Usavam cabelos armados ou bastante
curtos para as meninas, gel, roupas coloridas e extravagantes para os meninos.
Foi um
período tão marcante que hoje vemos muitos cantores e grupos fazendo pequenos
shows pelo país e remasterizando discos. O público daquela época, hoje se
emocionam ao ouvir o grupo Barão Vermelho, por exemplo, pois foi um momento
crítico, novo e único na história do Brasil.
Lista dos
principais artistas do Rock 80:
- Biquini
Cavadão;
- Cazuza;
- Kid Abelha;
- Legião
Urbana;
- RPM;
- Titãs;
-
Entre muitos outros...
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